Para 46% dos entrevistados, a pessoa que mais inspira não é uma personalidade famosa, como se poderia supor: é a mãe. Entre os famosos mais admirados estão: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (19%); Silvio Santos (10%); Ivete Sangalo e Ronaldo Fenômeno (6% cada um). Entre os ídolos mais citados estão Jesus Cristo (10%); Lula (7%); Chico Xavier e Ronaldo Fenômeno (5% cada um). Entre as empresas, os entrevistados apontaram aquelas que mais contribuem para um mundo melhor – Natura (25%); Ypê (15%); e Petrobras (14%).
Que pessoas e quais valores, no mundo atual, são capazes de inspirar as pessoas a ponto de realmente transformá-las e de levá-las a evoluir? Que figuras, personalidades, são as mais admiradas e em quais as pessoas mais se inspiram? E até que ponto a inspiração captada nas mais admiradas é capaz de transformar a vida das pessoas incentivando a sua evolução? Inspiração para a mudança não é um achado fácil. Nessa época em que a virada do ano se aproxima, todos se perguntam quais as prioridades para o Ano-Novo: o que gostariam de mudar e como mudar? Estudo qualitativo e quantitativo Quem me inspira? – realizado pela Giacometti Comunicação e coordenado por Dennis Giacometti – revela onde os brasileiros buscam inspiração no dia a dia de suas vidas, para evoluir, mudar, aprender e para se tornar um ser humano melhor.
Em resposta à pergunta “quem te inspira?”, os entrevistados não citaram Dalai Lama, o papa ou outras personalidades de destaque. Em primeiro lugar, apareceu a mãe, pessoa que mais inspira, apontada por 46%; em segundo, o pai (33%); em terceiro, o amigo e os irmãos (10% das indicações cada). As respostas a essa questão estampam a importância da família como fonte de inspiração das pessoas. Em resposta estimulada e múltipla (primeira citação), 73% dos entrevistados identificaram a família também como a instituição que mais contribui para a sua formação pessoal, seguida pela religião, com 11%.
A pesquisa traz um conteúdo riquíssimo para o conhecimento das pessoas. “Investimos muito, na agência Giacometti Comunicação, no conhecimento como fonte para a inovação e nosso objetivo com esse estudo foi aferir quais os fatores que têm impacto na vida do indivíduo e de que maneira são capazes de transformá-lo. O estudo, além de estar alinhado aos objetivos da agência de cada vez mais entender de gente para produzir uma comunicação inovadora no conteúdo e na forma, é uma matéria-prima para aprofundar o conhecimento das pessoas hoje”, destaca Dennis Giacometti, presidente da Giacometti Comunicação e coordenador do estudo. A pesquisa teve duas fases, a qualitativa e a quantitativa, na qual foram entrevistadas 400 pessoas divididas em classe AB (100 homens e 100 mulheres) e classe C (100 homens e 100 mulheres).
E quais os famosos mais admirados? Em resposta espontânea (duas citações), os 10 mais citados foram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (19%); Silvio Santos 10%; e Ivete Sangalo e Ronaldo Fenômeno (6% cada um). O livro mais marcante lido pelos participantes do estudo é a Bíblia Sagrada, mesmo assim indicada por apenas 8% dos entrevistados, seguida por Ninguém é de Ninguém, O Pequeno Príncipe e Nosso Lar, com 2% de indicações cada. E foram marcantes principalmente pelo impacto no plano espiritual (18%), porque estimularam o hábito de ler (17%) e para o sentido da vida (15%).
Em resposta espontânea e múltipla, os entrevistados elencaram quem são os seus ídolos. Os cinco mais citados estão: Jesus Cristo (10%); o ex-presidente Lula (7%); Chico Xavier (5%); Ronaldo Fenômeno (5%); pais (4%); Ayrton Senna (4%). Entre as razões que justificam ser um ídolo, estão, principalmente, o talento (37%); a humildade (20%); o exemplo de vida (12%); fé (12%); persistência e garra (11%); e solidariedade (9%).
Dividida em quatro tópicos básicos – o Eu, o Outro, Admiração e Mundo Melhor – a pesquisa quantitativa traz revelações surpreendentes. No tópico Eu, com questões relacionadas à própria pessoa, os entrevistados identificaram suas principais virtudes (respostas espontâneas e múltiplas), pontuando entre as três primeiras a honestidade (52%); simplicidade (36%); e coragem (30%). Já os defeitos mais apontados em si mesmos foram ansiedade (56%); irritação (39%); e impaciência (29%), defeitos que dizem respeito, segundo Giacometti, “a um mal estar social com características típicas de stress urbano” e que revelam que “a realidade da vida na grande cidade contemporânea traz um acúmulo de tensões que dificultam o relacionamento entre as pessoas”.
À pergunta quem te inspira, com resposta espontânea (duas citações), os entrevistados confirmaram a importância da família em suas vidas: em primeiro lugar, a mãe, pessoa que mais inspira, apontada por 46%; em segundo, o pai (33%); na sequência, o amigo (10%) e os irmãos (10%); filhos (7%); outros parentes (6%); esposa (6%); empatados em quinto lugar, com 5%, aparecem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o marido e os avós; e também empatados em 6o lugar, com 4%, pessoas do trabalho e namorado (a).
Ponto central da pesquisa, as respostas a essa questão estampam, segundo Giacometti, que “a figura dos pais desponta como a admiração mais próxima e acessível, bastante associada à gratidão, à medida que são, na visão das pessoas, os grandes responsáveis pela sua constituição pessoal”. A família surge como fonte de inspiração, mas essencialmente na figura do pai e da mãe. Mesmo assim, em um cenário de dificuldades na relação com o outro, no qual predomina a percepção de que as pessoas querem levar vantagem nas relações; a pesquisa revela também que a generosidade imbuída na figura materna / paterna gera uma admiração quase egoísta, a ideia do “fez por mim quando nada se faz por ninguém”.
Em uma das frases de concordância – “Sempre que vejo pessoas que deram certo e vieram de baixo, me dá esperança de que também posso chegar lá” – os resultados para a classe AB foram: 69% concordam totalmente; 23% concordam parcialmente; 2% discordam totalmente; e 6% discordam parcialmente. Já na classe C, 77% concordam totalmente; 15% concordam parcialmente; 2% discordam totalmente; e 5% discordam parcialmente.
No segmento trabalha para o bem comum, os dez famosos mais admirados, sempre em respostas espontâneas foram o ex-presidente Lula (21%); Renato Aragão (11%); Silvio Santos (10%); Marta Suplicy (10%); Xuxa (6%); José Serra (5%); Gugu Liberato (5%); Chico Xavier (5%); Viviane Senna (3%); Betinho (3%); Marina Silva (3%); Luiza Erundina (3%); Irmã Dulce (3%); Madre Tereza de Calcutá (3%).
No segmento esportes, os mais citados foram: Ronaldo Fenômeno (34%); Pelé (15%); Kaká (13%); Ronaldinho Gaúcho (10%); Robinho (11%); Ayrton Senna (7%); Dentinho (5%); Neimar (5%).
No segmento religião, os mais citados foram: Padre Marcelo Rossi (36%); Chico Xavier (15%); Papa (13%); Edir Macedo (9%); Papa Joao Paulo II (5%); R. R. Soares (5%); Padre Fábio Melo (5%); e Gandhi (4%).
Em resposta espontânea e múltipla, os entrevistados elencaram quem são os seus ídolos. Entre os oito mais citados estão: Jesus Cristo (10%); Lula (7%); Chico Xavier (5%); Ronaldo Fenômeno (5%); pais (4%); Ayrton Senna (4%); Madonna (3%); e Michael Jackson (2%).
Entre as razões que justificam ser um ídolo, estão, principalmente, o talento (37%); a humildade (20%); o exemplo de vida (12%); fé (12%); persistência e garra (11%); e solidariedade (9%).
Entre aqueles que afirmaram não ter um ídolo, as razões são: “todas as pessoas são falhas” (77%); “não existe uma única pessoa boa no que faz” (15%); e “não se espelha em ninguém” (9%).
Em respostas espontâneas (até três citações) à questão “na sua opinião, quem são os ídolos do Brasil”, os 10 mais citados foram: o ex-presidente Lula (38%); Pelé (35%); Ayrton Senna (23%); Silvio Santos (19%); Ronaldo Fenômeno (18%); Roberto Carlos (17%); Xuxa (14%); Gugu Liberato (7%); Ivete Sangalo (5%); e Robinho (4%).
E por que eles são considerados ídolos do Brasil? Principalmente porque são talentosos (41%); venceram obstáculos (20%); são humildes, do povo (20%); lutam por igualdade (16%); representam o Brasil (7%); são inteligentes (5%); influenciaram várias gerações (5%); são revolucionários (3%); e são ricos (2%).
Há diferenças entre as classes AB e C. A honestidade foi citada por 60% da classe C e por apenas 44% da AB. Simplicidade foi mais evidente também na classe C: veio em segundo lugar, com 44%, citada por apenas 27% da classe AB. Já o quesito coragem foi mencionado por 37% da classe AB, em comparação com 23% da C. A classe AB também se considera mais determinada: 15% apontaram o quesito determinação, contra apenas 7% da classe C.
“É interessante notar que identificamos duas ´tribos´ com eixos que separam as classe sociais. De um lado a classe C, com a tradicional ´dignificação´ por meio da simplicidade e humildade. E de outro a classe AB, que desponta de forma intensa como uma tribo de entusiastas, com coragem e determinação como valores maiores.
Também com respostas espontâneas e múltiplas, os entrevistados identificaram os seus principais defeitos. Os cinco defeitos mais apontados foram: ansiedade (56%); irritação (39%); impaciência (29%); insegurança (26%); e excesso de generosidade (22%). Na diferença entre as classes, destaca-se principalmente o quesito generosidade, apontado como principal defeito por 27% dos entrevistados da classe C e por apenas 17% da classe AB.
“Os defeitos mais citados – ansiedade, irritação e impaciência – dizem respeito a um mal estar social com características típicas de stress urbano. A pesquisa revela que a realidade da vida na grande cidade contemporânea traz um acúmulo de tensões que dificultam o relacionamento entre as pessoas.
“Mais uma vez notamos traços distintos entre as classes C e AB. A classe C tem uma ligação bem mais intensa com os valores relacionais – filhos, casamento e família –, enquanto a classe AB começa a priorizar mais o desenvolvimento de valores pessoais – estudo, carreira e viagens”, ressalta Dennis Giacometti. “Um aspecto importantíssimo revelado pela pesquisa é a ausência de momentos felizes originados dentro do próprio indivíduo, ou seja, nenhuma menção a um autor, professor, religioso ou político que de fato tenha tido impacto em seu pensamento, ideias e representações e que, a partir daí, tivesse evoluído para uma transformação do indivíduo.”
No que se refere às frases de concordância, a maioria dos entrevistados concorda que “a vida hoje é mais difícil do que era há 5 anos” – 31% dos entrevistados da classe AB e 36% da classe C concordam totalmente. E em respostas espontâneas e múltiplas, o momento mais difícil apontado foi, pela ordem, a perda de um ente querido (55% do total); dificuldade financeira (44%); problemas de saúde (36%); desemprego (29%); e briga na família (22%). Na classe C há um empate na primeira colocação: perda de um ente querido e dificuldade financeira, ambos apontados por 50% dos entrevistados. Na classe AB, perda de um ente querido foi apontada por 60% dos entrevistados e dificuldade financeira por 38%.
Entre os momentos difíceis assinalados pelos entrevistados não há nenhuma menção a questões relacionadas aos desafios do indivíduo em relação à vida, ou seja, representações que na prática tivessem algum tipo de impacto na tomada de decisão. “São desafios de certa forma ´básicos`, que não refletem nenhum tipo de inquietação existencial”, afirma Giacometti.
“Essa resposta sintetiza bem o retrato da solidão do cidadão urbano. A vida é quem mais ensina, assim como as teorias que a própria pessoa produz sobre ela. Trata-se de uma maioria literalmente silenciosa e solitária”, diz Giacometti.
Família é a instituição que mais contribui para a formação pessoal
Em resposta estimulada e múltipla (primeira citação), os entrevistados identificaram as instituições que mais contribuem para a sua formação pessoal. Disparado, a família ocupa a primeira posição, com 73%; religião 11%; escola 8%; amigos 5%; e trabalho, também com 5%. A ordem se mantém, com variações percentuais de apenas 1% a 3%, entre as classes, portanto sem grandes diferenças.
Em total sintonia com essas respostas, está a adesão à frase de concordância: “Família dá um monte de problema mas é sempre bom ter por perto. Nunca se sabe o dia de amanhã, se você vai precisar de alguma coisa.” Concordaram totalmente com a afirmativa 55% da classe AB e 68% da classe C. Os resultados mostraram total sintonia com a pesquisa qualitativa, que mostrou a força da família no que se refere à confiança (o elo se torna mais estreito quanto mais próximo é o grau de parentesco) e em relação à necessidade (é com quem se pode contar).
Em oposição à família, a instituição que menos contribui para a formação pessoal é a política: em resposta estimulada e múltipla (primeira citação), 52% dos entrevistados apontaram a política em primeiro lugar entre as instituições que menos contribuem. Na sequência: amigos (12%); religião (11%); trabalho (10%); e escola (7%).
A família desponta assim como celeiro da formação pessoal dos entrevistados – são “os meus”, mais íntimos e próximos. De outro lado, o universo político é amplamente rejeitado como formador, o que se explica não só pela imagem desgastada das figuras políticas mas também pelos indícios de pouca atuação social dos indivíduos na sociedade.
E quais os livros mais marcantes já lidos? A Bíblia Sagrada surge em primeiro lugar, indicada por 8% dos entrevistados. Na sequência, Ninguém é de Ninguém (2%); O Pequeno Príncipe (2%); e Nosso Lar (2%), ordem que se manteve independente da classes, à exceção de O Pequeno Príncipe, citado apenas pela classe AB e não pela classe C. Entre as preferências por tema, pela ordem foram apontados: livros de ficção (35%); livros sobre espiritualidade e religião (20%); pessoas que não leem (16%); e livros de auto-ajuda / relacionamento (13%).
O plano espiritual foi, entre as leituras realizadas, foi o que mais marcou os entrevistados (18%). Em segundo lugar, para 17%, as leituras estimularam o hábito de ler. Na sequência foram citados os quesitos sentido da vida (15%); melhoria de relacionamentos (12%); e trouxe esperança (10%).
Quais os atributos que as pessoas mais valorizam nos outros? Em resposta estimulada, com duas citações, os entrevistados elencaram a humildade (38%), a sinceridade (31%), a honestidade (29%), o caráter (23%) e a amizade (19%). Humildade e sinceridade foram os atributos campeões para as classes C e AB, porém com peso bem maior na classe C: 46% e 34% respectivamente, contra 30% e 27%, respectivamente, na classe AB. Já a classe AB deu mais peso ao caráter – 27% contra 19% na C; à ética – 15% contra 3% da C; e à tolerância – 11% contra 5% da C.
“Os atributos mais valorizados podem ser divididos em três pilares fundamentais. Aqueles considerados benevolentes, que são a humildade e a simplicidade; os atributos morais, que consistem na honestidade e no caráter; e os atributos relacionais, que são a amizade e a lealdade.
Já os atributos mais rejeitados são a falsidade (52%), a arrogância (38%), a falta de caráter (32%), a inveja (26%) e o egoísmo (20%).
A verdade e a humildade, segundo os entrevistados, compõem a essência do caráter e é nesses dois atributos que reside grande parte da admiração nutrida pelo “outro”, enquanto falsidade e arrogância são os valores mais rejeitados. “Esses dois atributos, quando se complementam e se manifestam, indicam também que a pessoa preza muito o respeito pelo outro. Quando alguém `ataca` uma pessoa tentando desqualificá-la, é automaticamente rejeitada”, afirma Dennis Giacometti. Entre as frases listadas pelos entrevistados estão “aos arrogantes não damos ouvidos” e “tem que ser humilde, ninguém é melhor que ninguém”.
Na classe C, há diferenças nos valores atribuídos pelas pessoas a si mesmas, mas “o outro” é igualmente visto como um ser humano com menos valores e qualidades. Os entrevistados da classe C veem a si mesmos como uma pessoa de caráter (81%); sincera (76%); honesta (73%); amiga (68%); e humilde (57%). Os outros, por sua vez, são considerados como pessoa amiga (50%); de caráter (46%); honesta (44%); humilde (42%): e sincera (38%). Da mesma forma que na classe AB, as pessoas atribuem uma avaliação muito mais positiva (sempre acima de 50%) a seus próprios valores e qualidades em relação aos dos outros, que recebem pontuação quase sempre abaixo de 50%, com uma ou duas exceções.
É interessante notar que a desproporção em relação ao que se percebe nos outros tendo como referência a si próprio é menor na classe C. “A classe C reconhece no outro boa parte dos valores que acredita serem significativos para a sua própria formação. Como consequência desse reconhecimento, a classe C tende a dividir mais, a compartilhar mais e – embora seja uma classe com um nível socioeconômico mais baixo – a ser mais solidária”, destaca Dennis Giacometti.
Entre as frases de concordância de destaque nesse ponto da pesquisa, incluem-se:
“Para as pessoas não interessa o que você é, interessa o que você tem”
A grande vilã no que se refere às relações de amizade foi a falsidade, apontada como principal problema por 39% dos entrevistados, principalmente pela classe C (44%), em relação à classe AB (33%). Os outros problemas que mais afetam as relações de amizade são, pela ordem: fofoca (36%); inveja (32%); falta de tempo (19%); e egoísmo (15%).
“Na tentativa de buscar soluções para resolver problemas seja nas relações de amizade, seja nas relações amorosas, as pessoas foram se fechando em suas dificuldades, tornando o ´outro´ mais distante, menos possível. O resultado é que cada um está correndo atrás do seu, fechado em sua concha, de forma individualizada”, diz Dennis Giacometti. Embora a sociedade seja fundamentalmente relacional, à medida que uns dependem dos outros e convivem mais como amigos que como cidadãos, as pessoas em geral são extremamente arredias com o estranho, que é “externo, da rua, que oferece perigo e não oferece oportunidade”.
Perguntados sobre que pessoas consideram próximas dos atributos citados, em resposta espontânea, com 2 citações, a maioria não teve dúvidas: colocou em primeiro lugar a mãe (52%). Em segundo, o pai (31%). E, na sequência, mas com um percentual já bem menor, o melhor amigo, com 15%; irmãos (10%); filhos (10%); marido / companheiro (8%); avós (7%); outros parentes (6%); e empatado, na 8a posição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (6%). No final da lista, houve citações a chefe ou colega de trabalho; esposa ou companheira; tios; pastores evangélicos; e namorado (a).
Fica ainda mais evidente, nas frases de concordância, o predomínio da figura materna e paterna quando se trata de definir a pessoa mais admirada:
“Meu pai e minha mãe são as pessoas que mais admiro na vida.”
E o que as empresas que contribuem para um mundo melhor fazem? Pela ordem, foram pontuados os atributos (em resposta espontânea, múltipla): responsabilidade ambiental (69%); responsabilidade social (58%); doações / fundação (32%); ajudam os funcionários (11%); geram empregos (2%); patrocinam esportes (2%); e ajudam os deficientes (1%).
Sobre a questão “o que falta para um mundo melhor?”, as respostas (espontânea, duas citações) elencaram: saúde, emprego, educação (49%); mais tolerância / paciência (30%); melhores políticos (27%); pessoas menos egoístas (26%); menos violência (22%); menos falsidade (22%); mais fé religiosa (20%); mais igualdade (3%); honestidade (3%); e, empatados em 10o lugar nas indicações, com 1% cada, melhor distribuição de renda, ética e cuidar do meio ambiente.
Nessa fase, a quantitativa, foram entrevistadas 400 pessoas com idades entre 20 e 40 anos com os seguintes perfis:
(PORTAL BAGARAI)
Em resposta à pergunta “quem te inspira?”, os entrevistados não citaram Dalai Lama, o papa ou outras personalidades de destaque. Em primeiro lugar, apareceu a mãe, pessoa que mais inspira, apontada por 46%; em segundo, o pai (33%); em terceiro, o amigo e os irmãos (10% das indicações cada). As respostas a essa questão estampam a importância da família como fonte de inspiração das pessoas. Em resposta estimulada e múltipla (primeira citação), 73% dos entrevistados identificaram a família também como a instituição que mais contribui para a sua formação pessoal, seguida pela religião, com 11%.
A pesquisa traz um conteúdo riquíssimo para o conhecimento das pessoas. “Investimos muito, na agência Giacometti Comunicação, no conhecimento como fonte para a inovação e nosso objetivo com esse estudo foi aferir quais os fatores que têm impacto na vida do indivíduo e de que maneira são capazes de transformá-lo. O estudo, além de estar alinhado aos objetivos da agência de cada vez mais entender de gente para produzir uma comunicação inovadora no conteúdo e na forma, é uma matéria-prima para aprofundar o conhecimento das pessoas hoje”, destaca Dennis Giacometti, presidente da Giacometti Comunicação e coordenador do estudo. A pesquisa teve duas fases, a qualitativa e a quantitativa, na qual foram entrevistadas 400 pessoas divididas em classe AB (100 homens e 100 mulheres) e classe C (100 homens e 100 mulheres).
E quais os famosos mais admirados? Em resposta espontânea (duas citações), os 10 mais citados foram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (19%); Silvio Santos 10%; e Ivete Sangalo e Ronaldo Fenômeno (6% cada um). O livro mais marcante lido pelos participantes do estudo é a Bíblia Sagrada, mesmo assim indicada por apenas 8% dos entrevistados, seguida por Ninguém é de Ninguém, O Pequeno Príncipe e Nosso Lar, com 2% de indicações cada. E foram marcantes principalmente pelo impacto no plano espiritual (18%), porque estimularam o hábito de ler (17%) e para o sentido da vida (15%).
Em resposta espontânea e múltipla, os entrevistados elencaram quem são os seus ídolos. Os cinco mais citados estão: Jesus Cristo (10%); o ex-presidente Lula (7%); Chico Xavier (5%); Ronaldo Fenômeno (5%); pais (4%); Ayrton Senna (4%). Entre as razões que justificam ser um ídolo, estão, principalmente, o talento (37%); a humildade (20%); o exemplo de vida (12%); fé (12%); persistência e garra (11%); e solidariedade (9%).
Destaques da pesquisa (considerando até as três primeiras indicações dos entrevistados, pela ordem):
- a falta de tempo é apontada como o principal problema nas relações amorosas (29%);
- a falsidade é o principal problema das relações de amizade (39%);
- o respeito é o atributo mais admirado em uma pessoa (39%);
- a mãe é a pessoa mais próxima dos atributos que se espera dos outros (52%)
- a mãe é a pessoa que mais inspira (46%);
- entre os famosos mais admirados estão: ex-presidente Lula (19%); Silvio Santos (10%); Ivete Sangalo e Ronaldo Fenômeno (6% cada um);
- entre os famosos mais admirados nas artes estão: Fernanda Montenegro (8%); Toni Ramos (7%); e Cláudia Raia e Ivete Sangalo (4% cada);
- famosos mais admirados na política: ex-presidente Lula (55%); Marta Suplicy (19%); José Serra (12%);
- famosos mais admirados que trabalham para o bem comum: ex-presidente Lula (21%); Renato Aragão (11%); Silvio Santos e Marta Suplicy (10% cada um);
- famosos mais admirados na religião: Padre Marcelo Rossi (36%); Chico Xavier (15%); Papa (13%);
- ídolos mais citados: Jesus Cristo (10%); Lula (7%); Chico Xavier e Ronaldo Fenômeno (5% cada um);
- razões para ser um ídolo: talento (37%); humildade (20%); exemplo de vida e fé (12%);
- empresas que contribuem para um mundo melhor: Natura (25%); Ypê (15%); Petrobrás (14%);
- o que falta para um mundo melhor: saúde, emprego, educação (49%); mais tolerância / paciência (30%); melhores políticos (27%).
Dividida em quatro tópicos básicos – o Eu, o Outro, Admiração e Mundo Melhor – a pesquisa quantitativa traz revelações surpreendentes. No tópico Eu, com questões relacionadas à própria pessoa, os entrevistados identificaram suas principais virtudes (respostas espontâneas e múltiplas), pontuando entre as três primeiras a honestidade (52%); simplicidade (36%); e coragem (30%). Já os defeitos mais apontados em si mesmos foram ansiedade (56%); irritação (39%); e impaciência (29%), defeitos que dizem respeito, segundo Giacometti, “a um mal estar social com características típicas de stress urbano” e que revelam que “a realidade da vida na grande cidade contemporânea traz um acúmulo de tensões que dificultam o relacionamento entre as pessoas”.
À pergunta quem te inspira, com resposta espontânea (duas citações), os entrevistados confirmaram a importância da família em suas vidas: em primeiro lugar, a mãe, pessoa que mais inspira, apontada por 46%; em segundo, o pai (33%); na sequência, o amigo (10%) e os irmãos (10%); filhos (7%); outros parentes (6%); esposa (6%); empatados em quinto lugar, com 5%, aparecem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; o marido e os avós; e também empatados em 6o lugar, com 4%, pessoas do trabalho e namorado (a).
Ponto central da pesquisa, as respostas a essa questão estampam, segundo Giacometti, que “a figura dos pais desponta como a admiração mais próxima e acessível, bastante associada à gratidão, à medida que são, na visão das pessoas, os grandes responsáveis pela sua constituição pessoal”. A família surge como fonte de inspiração, mas essencialmente na figura do pai e da mãe. Mesmo assim, em um cenário de dificuldades na relação com o outro, no qual predomina a percepção de que as pessoas querem levar vantagem nas relações; a pesquisa revela também que a generosidade imbuída na figura materna / paterna gera uma admiração quase egoísta, a ideia do “fez por mim quando nada se faz por ninguém”.
Atributos dos famosos mais admirados
Para situar que papel têm os famosos na vida das pessoas, a pesquisa identificou também os atributos mais admirados em personalidades conhecidas do grande público (respostas espontâneas e múltiplas). Pela ordem, os atributos mais citados foram: humildade (44%); vida sem escândalos (15%); honestidade (13%); ser batalhadora (12%); e transparência (11%). A percepção das classes é semellhante, com pequenas variações percentuais, à exceção do quesito humildade, mais admirado pela classe C (47%) do que pela AB (40%).Em uma das frases de concordância – “Sempre que vejo pessoas que deram certo e vieram de baixo, me dá esperança de que também posso chegar lá” – os resultados para a classe AB foram: 69% concordam totalmente; 23% concordam parcialmente; 2% discordam totalmente; e 6% discordam parcialmente. Já na classe C, 77% concordam totalmente; 15% concordam parcialmente; 2% discordam totalmente; e 5% discordam parcialmente.
Dois aspectos se destacam na atribuição de elementos de admiração:
- a postura do “famoso” é mais importante que os atributos intrínsecos a ele. A humildade é um mecanismo de “devolução” do famoso para o público – constitui a retribuição de um afeto e ilustra a acessibilidade à figura pública.
- a admiração assume a perspectiva de “espelho”: é uma referência que encoraja a determinação – “também posso chegar lá”.
Mesmo assim, o distanciamento e a desconfiança são sempre recomendados, como expressa a frase de concordância a seguir:
- “Por mais que eu admire um famoso, nunca se sabe como ele é de verdade”
- classe AB: concorda totalmente (70%); concorda parcialmente (18%); discorda totalmente 5%; e discorda parcialmente (7%).
- Classe C: concorda totalmente (74%); concorda parcialmente (15%); discorda totalmente 3%; e discorda parcialmente (8%).
E quais os famosos mais admirados? Em resposta espontânea (2 citações), os 10 mais citados foram:
- Ex-presidente Lula……….19% (AB 18%; C 20%)
- Silvio Santos……………….10% (AB 10%; C 9%)
- Ivete Sangalo……………… 6% (AB 5%; C 6%)
- Ronaldo (Fenômeno)……. 6% (AB 4%; C 7%)
- Marta Suplicy…………………4% (AB 5%; C 3%)
- José Serra……………………..4% (AB 4%; C 3%)
- Jô Soares………………………4% (AB 4%; C 3%)
- Xuxa……………………………..4% (AB 4%; C 3%)
- Pelé………………………………3% (AB 3%; C 5%)
- Luciano Huck………………….2% (AB 2%; C 6%)
No segmento das artes, os famosos admirados mais citados foram:
- Fernanda Montenegro………8% (AB 8%; C 8%)
- Toni Ramos…………………….6% (AB 6%; C 8%)
- Cláudia Raia………………….. 4% (AB 3%; C 5%)
- Ivete Sangalo………………… 4% (AB 3%; C 4%)
- Antonio Fagundes……………3% (AB 3%; C 3%)
- Chico Buarque…………………2% (AB 4%; C – )
- Caetano Veloso……………….2% (AB 4%; C – )
- Gugu Liberato………………….2% (AB – ; C 4%)
No segmento trabalha para o bem comum, os dez famosos mais admirados, sempre em respostas espontâneas foram o ex-presidente Lula (21%); Renato Aragão (11%); Silvio Santos (10%); Marta Suplicy (10%); Xuxa (6%); José Serra (5%); Gugu Liberato (5%); Chico Xavier (5%); Viviane Senna (3%); Betinho (3%); Marina Silva (3%); Luiza Erundina (3%); Irmã Dulce (3%); Madre Tereza de Calcutá (3%).
No segmento esportes, os mais citados foram: Ronaldo Fenômeno (34%); Pelé (15%); Kaká (13%); Ronaldinho Gaúcho (10%); Robinho (11%); Ayrton Senna (7%); Dentinho (5%); Neimar (5%).
No segmento religião, os mais citados foram: Padre Marcelo Rossi (36%); Chico Xavier (15%); Papa (13%); Edir Macedo (9%); Papa Joao Paulo II (5%); R. R. Soares (5%); Padre Fábio Melo (5%); e Gandhi (4%).
Ídolos mais admirados
A maior parte dos entrevistados afirma ter um ídolo: 68%, contra aqueles que afirmam não ter, 32%.Em resposta espontânea e múltipla, os entrevistados elencaram quem são os seus ídolos. Entre os oito mais citados estão: Jesus Cristo (10%); Lula (7%); Chico Xavier (5%); Ronaldo Fenômeno (5%); pais (4%); Ayrton Senna (4%); Madonna (3%); e Michael Jackson (2%).
Entre as razões que justificam ser um ídolo, estão, principalmente, o talento (37%); a humildade (20%); o exemplo de vida (12%); fé (12%); persistência e garra (11%); e solidariedade (9%).
Entre aqueles que afirmaram não ter um ídolo, as razões são: “todas as pessoas são falhas” (77%); “não existe uma única pessoa boa no que faz” (15%); e “não se espelha em ninguém” (9%).
Em respostas espontâneas (até três citações) à questão “na sua opinião, quem são os ídolos do Brasil”, os 10 mais citados foram: o ex-presidente Lula (38%); Pelé (35%); Ayrton Senna (23%); Silvio Santos (19%); Ronaldo Fenômeno (18%); Roberto Carlos (17%); Xuxa (14%); Gugu Liberato (7%); Ivete Sangalo (5%); e Robinho (4%).
E por que eles são considerados ídolos do Brasil? Principalmente porque são talentosos (41%); venceram obstáculos (20%); são humildes, do povo (20%); lutam por igualdade (16%); representam o Brasil (7%); são inteligentes (5%); influenciaram várias gerações (5%); são revolucionários (3%); e são ricos (2%).
A tríade básica que constitui a admiração à figura pública é:
- histórias de superação: gente que “vem de baixo” e consegue “vencer”
- carisma: a empatia e o trato com o público são sempre monitorados
- generosidade: ajuda ao próximo
“EU”
A pesquisa quantitativa começa com questões relacionadas ao Eu, ou seja, à própria pessoa. Com base em respostas espontâneas e múltiplas, os entrevistados começaram pontuando quais as suas principais virtudes. Da base de 400 entrevistados, as cinco principais virtudes mencionadas foram: honestidade (52%); simplicidade (36%); coragem (30%); generosidade (21%); e tranquilidade (14%).Há diferenças entre as classes AB e C. A honestidade foi citada por 60% da classe C e por apenas 44% da AB. Simplicidade foi mais evidente também na classe C: veio em segundo lugar, com 44%, citada por apenas 27% da classe AB. Já o quesito coragem foi mencionado por 37% da classe AB, em comparação com 23% da C. A classe AB também se considera mais determinada: 15% apontaram o quesito determinação, contra apenas 7% da classe C.
“É interessante notar que identificamos duas ´tribos´ com eixos que separam as classe sociais. De um lado a classe C, com a tradicional ´dignificação´ por meio da simplicidade e humildade. E de outro a classe AB, que desponta de forma intensa como uma tribo de entusiastas, com coragem e determinação como valores maiores.
Também com respostas espontâneas e múltiplas, os entrevistados identificaram os seus principais defeitos. Os cinco defeitos mais apontados foram: ansiedade (56%); irritação (39%); impaciência (29%); insegurança (26%); e excesso de generosidade (22%). Na diferença entre as classes, destaca-se principalmente o quesito generosidade, apontado como principal defeito por 27% dos entrevistados da classe C e por apenas 17% da classe AB.
“Os defeitos mais citados – ansiedade, irritação e impaciência – dizem respeito a um mal estar social com características típicas de stress urbano. A pesquisa revela que a realidade da vida na grande cidade contemporânea traz um acúmulo de tensões que dificultam o relacionamento entre as pessoas.
Momentos felizes
Quais momentos de suas vidas os entrevistados consideram felizes? Imbatível, com 64% das indicações, foi o nascimento dos filhos. Na sequência, pela ordem, vem o casamento (31%); formatura (16%); emprego (16%); e vestibular (13%). O nascimento dos filhos e o casamento têm presença mais forte na classe C – 67% e 38%, respectivamente, em relação à classe AB – 60% e 20%, respectivamente. Já formatura, emprego e vestibular têm presença mais forte na classe AB, com os percentuais, de 22%, 18% e 15%, respectivamente, contra 10%, 13% e 10%, na classe C. Chama a atenção também o quesito reencontro familiar, citado por 9% dos entrevistados da classe C e por apenas 4% da classe AB.“Mais uma vez notamos traços distintos entre as classes C e AB. A classe C tem uma ligação bem mais intensa com os valores relacionais – filhos, casamento e família –, enquanto a classe AB começa a priorizar mais o desenvolvimento de valores pessoais – estudo, carreira e viagens”, ressalta Dennis Giacometti. “Um aspecto importantíssimo revelado pela pesquisa é a ausência de momentos felizes originados dentro do próprio indivíduo, ou seja, nenhuma menção a um autor, professor, religioso ou político que de fato tenha tido impacto em seu pensamento, ideias e representações e que, a partir daí, tivesse evoluído para uma transformação do indivíduo.”
No que se refere às frases de concordância, a maioria dos entrevistados concorda que “a vida hoje é mais difícil do que era há 5 anos” – 31% dos entrevistados da classe AB e 36% da classe C concordam totalmente. E em respostas espontâneas e múltiplas, o momento mais difícil apontado foi, pela ordem, a perda de um ente querido (55% do total); dificuldade financeira (44%); problemas de saúde (36%); desemprego (29%); e briga na família (22%). Na classe C há um empate na primeira colocação: perda de um ente querido e dificuldade financeira, ambos apontados por 50% dos entrevistados. Na classe AB, perda de um ente querido foi apontada por 60% dos entrevistados e dificuldade financeira por 38%.
Entre os momentos difíceis assinalados pelos entrevistados não há nenhuma menção a questões relacionadas aos desafios do indivíduo em relação à vida, ou seja, representações que na prática tivessem algum tipo de impacto na tomada de decisão. “São desafios de certa forma ´básicos`, que não refletem nenhum tipo de inquietação existencial”, afirma Giacometti.
“O que mais me ensina na vida”
Em resposta à frase de concordância “o que mais me ensina na vida não são as pessoas e sim as dificuldades que passo no meu dia a dia”, os entrevistados disseram concordar totalmente: 56% classe AB e 62% classe C.“Essa resposta sintetiza bem o retrato da solidão do cidadão urbano. A vida é quem mais ensina, assim como as teorias que a própria pessoa produz sobre ela. Trata-se de uma maioria literalmente silenciosa e solitária”, diz Giacometti.
Família é a instituição que mais contribui para a formação pessoal
Em resposta estimulada e múltipla (primeira citação), os entrevistados identificaram as instituições que mais contribuem para a sua formação pessoal. Disparado, a família ocupa a primeira posição, com 73%; religião 11%; escola 8%; amigos 5%; e trabalho, também com 5%. A ordem se mantém, com variações percentuais de apenas 1% a 3%, entre as classes, portanto sem grandes diferenças.
Em total sintonia com essas respostas, está a adesão à frase de concordância: “Família dá um monte de problema mas é sempre bom ter por perto. Nunca se sabe o dia de amanhã, se você vai precisar de alguma coisa.” Concordaram totalmente com a afirmativa 55% da classe AB e 68% da classe C. Os resultados mostraram total sintonia com a pesquisa qualitativa, que mostrou a força da família no que se refere à confiança (o elo se torna mais estreito quanto mais próximo é o grau de parentesco) e em relação à necessidade (é com quem se pode contar).
Em oposição à família, a instituição que menos contribui para a formação pessoal é a política: em resposta estimulada e múltipla (primeira citação), 52% dos entrevistados apontaram a política em primeiro lugar entre as instituições que menos contribuem. Na sequência: amigos (12%); religião (11%); trabalho (10%); e escola (7%).
A família desponta assim como celeiro da formação pessoal dos entrevistados – são “os meus”, mais íntimos e próximos. De outro lado, o universo político é amplamente rejeitado como formador, o que se explica não só pela imagem desgastada das figuras políticas mas também pelos indícios de pouca atuação social dos indivíduos na sociedade.
O papel dos livros na formação das pessoas
Que importância as pessoas atribuem aos livros para a sua formação pessoal? Perguntados sobre com qual frequência costumam ler, 69% dos entrevistados responderam que às vezes (30%), dificilmente (23%) ou nunca (16%). Apenas 19% disseram ler sempre e 12% com frequência. Há naturalmente diferenças entre as classes: 31% dos entrevistados da classe AB afirmaram ler sempre, contra 10% da classe C. Fica evidente porém, que o papel dos livros na formação das pessoas é bastante limitado.E quais os livros mais marcantes já lidos? A Bíblia Sagrada surge em primeiro lugar, indicada por 8% dos entrevistados. Na sequência, Ninguém é de Ninguém (2%); O Pequeno Príncipe (2%); e Nosso Lar (2%), ordem que se manteve independente da classes, à exceção de O Pequeno Príncipe, citado apenas pela classe AB e não pela classe C. Entre as preferências por tema, pela ordem foram apontados: livros de ficção (35%); livros sobre espiritualidade e religião (20%); pessoas que não leem (16%); e livros de auto-ajuda / relacionamento (13%).
O plano espiritual foi, entre as leituras realizadas, foi o que mais marcou os entrevistados (18%). Em segundo lugar, para 17%, as leituras estimularam o hábito de ler. Na sequência foram citados os quesitos sentido da vida (15%); melhoria de relacionamentos (12%); e trouxe esperança (10%).
“O OUTRO”
Os atributos mais valorizados e os mais rejeitados:Quais os atributos que as pessoas mais valorizam nos outros? Em resposta estimulada, com duas citações, os entrevistados elencaram a humildade (38%), a sinceridade (31%), a honestidade (29%), o caráter (23%) e a amizade (19%). Humildade e sinceridade foram os atributos campeões para as classes C e AB, porém com peso bem maior na classe C: 46% e 34% respectivamente, contra 30% e 27%, respectivamente, na classe AB. Já a classe AB deu mais peso ao caráter – 27% contra 19% na C; à ética – 15% contra 3% da C; e à tolerância – 11% contra 5% da C.
“Os atributos mais valorizados podem ser divididos em três pilares fundamentais. Aqueles considerados benevolentes, que são a humildade e a simplicidade; os atributos morais, que consistem na honestidade e no caráter; e os atributos relacionais, que são a amizade e a lealdade.
Já os atributos mais rejeitados são a falsidade (52%), a arrogância (38%), a falta de caráter (32%), a inveja (26%) e o egoísmo (20%).
A verdade e a humildade, segundo os entrevistados, compõem a essência do caráter e é nesses dois atributos que reside grande parte da admiração nutrida pelo “outro”, enquanto falsidade e arrogância são os valores mais rejeitados. “Esses dois atributos, quando se complementam e se manifestam, indicam também que a pessoa preza muito o respeito pelo outro. Quando alguém `ataca` uma pessoa tentando desqualificá-la, é automaticamente rejeitada”, afirma Dennis Giacometti. Entre as frases listadas pelos entrevistados estão “aos arrogantes não damos ouvidos” e “tem que ser humilde, ninguém é melhor que ninguém”.
Dificuldade em confiar nas pessoas
“Confio demais nas pessoas, sempre me dou mal.” Diante dessa frase de concordância, 29% da classe AB disseram concordar totalmente e 26% concordar parcialmente. Na classe C, o percentual é um pouco maior: 32% afirmaram concordar totalmente e 28% concordar parcialmente. A classe C portanto confia mais, é mais solidária. De um modo geral, porém, a maioria dos entrevistados, em todas as classes, concorda, total ou parcialmente, com a frase “tenho dificuldade em confiar nas pessoas, sempre tenho um pé atrás. É dificil saber quem está do seu lado de verdade”; e com a frase “eu demoro para pegar confiança em alguém para ver se ele é meu amigo de verdade”.Valores
Que valores as pessoas enxergam em si mesmas e que valores acreditam que as outras pessoas têm? Para fazer a comparação entre os níveis de excelência dos valores, os entrevistados deram notas de 0 a 10. Os entrevistados da classe AB veem a si mesmos principalmente como uma pessoa amiga (83%). Consideram-se também, na sequência, uma pessoa de caráter (75%); honesta (75%); sincera (63%); e humilde (44%). Embora vejam em si esses valores, acreditam que não estão presentes nas outras pessoas com a mesma intensidade. A classe AB considera os outros como pessoa: amiga (64%); sincera (40%); honesta (39%); de caráter (38%); e humilde (27%). “As pessoas atribuem a si mesmas notas mais altas em relação a valores e qualidades que acreditam ser muito mais frágeis nas outras pessoas”, explica Dennis Giacometti.Na classe C, há diferenças nos valores atribuídos pelas pessoas a si mesmas, mas “o outro” é igualmente visto como um ser humano com menos valores e qualidades. Os entrevistados da classe C veem a si mesmos como uma pessoa de caráter (81%); sincera (76%); honesta (73%); amiga (68%); e humilde (57%). Os outros, por sua vez, são considerados como pessoa amiga (50%); de caráter (46%); honesta (44%); humilde (42%): e sincera (38%). Da mesma forma que na classe AB, as pessoas atribuem uma avaliação muito mais positiva (sempre acima de 50%) a seus próprios valores e qualidades em relação aos dos outros, que recebem pontuação quase sempre abaixo de 50%, com uma ou duas exceções.
É interessante notar que a desproporção em relação ao que se percebe nos outros tendo como referência a si próprio é menor na classe C. “A classe C reconhece no outro boa parte dos valores que acredita serem significativos para a sua própria formação. Como consequência desse reconhecimento, a classe C tende a dividir mais, a compartilhar mais e – embora seja uma classe com um nível socioeconômico mais baixo – a ser mais solidária”, destaca Dennis Giacometti.
Entre as frases de concordância de destaque nesse ponto da pesquisa, incluem-se:
“Para as pessoas não interessa o que você é, interessa o que você tem”
- Classe AB: concorda totalmente – 48%; concorda parcialmente – 29%; discorda totalmente – 13%; discorda parcialmente – 10%.
- Classe C: concorda totalmente – 56%; concorda parcialmente – 27%; discorda totalmente – 4%; discorda parcialmente – 13%.
- Classe AB: concorda totalmente – 53%; concorda parcialmente – 25%; discorda totalmente – 7%; discorda parcialmente – 15%.
- Classe C: concorda totalmente – 61%; concorda parcialmente – 22%; discorda totalmente – 5%; discorda parcialmente – 12%.
- Classe AB: concorda totalmente – 53%; concorda parcialmente – 21%; discorda totalmente – 13%; discorda parcialmente – 13%.
- Classe C: concorda totalmente – 58%; concorda parcialmente – 26%; discorda totalmente – 5%; discorda parcialmente – 11%.
Problemas nas relações amorosas e de amizade
Quais são os principais problemas identificados pelas pessoas em suas relações amorosas? Para respostas estimuladas, com duas citações, o problema campeão apontado por todas as classes foi a falta de tempo – 29%. Em segundo lugar, o que mais prejudica a relação é a infidelidade (23%); na sequência vêm a falta de paciência (22%); a fofoca (20%); e a inveja (18%). Os problemas se assemelham em ambas as classes, com uma diferença um pouco maior no caso da infidelidade, que pesa mais na classe C – 28% a apontaram como um problema, contra 17% na classe AB.A grande vilã no que se refere às relações de amizade foi a falsidade, apontada como principal problema por 39% dos entrevistados, principalmente pela classe C (44%), em relação à classe AB (33%). Os outros problemas que mais afetam as relações de amizade são, pela ordem: fofoca (36%); inveja (32%); falta de tempo (19%); e egoísmo (15%).
“Na tentativa de buscar soluções para resolver problemas seja nas relações de amizade, seja nas relações amorosas, as pessoas foram se fechando em suas dificuldades, tornando o ´outro´ mais distante, menos possível. O resultado é que cada um está correndo atrás do seu, fechado em sua concha, de forma individualizada”, diz Dennis Giacometti. Embora a sociedade seja fundamentalmente relacional, à medida que uns dependem dos outros e convivem mais como amigos que como cidadãos, as pessoas em geral são extremamente arredias com o estranho, que é “externo, da rua, que oferece perigo e não oferece oportunidade”.
Admiração
Quais os atributos mais admirados em uma pessoa? Pela ordem, os entrevistados de todas as classes elencaram o respeito em primeiro lugar (39%), seguido da sabedoria (36%); humildade (30%); simplicidade (29%); e generosidade (25%). Na diferença entre as classes, a humildade é um atributo que tem força maior – indicado por 37% dos entrevistados, contra 22% da classe AB. A história de vida é outro atributo que tem visão diferente entre as classes, com peso maior na classe AB – 29%, contra 19% da classe C.Perguntados sobre que pessoas consideram próximas dos atributos citados, em resposta espontânea, com 2 citações, a maioria não teve dúvidas: colocou em primeiro lugar a mãe (52%). Em segundo, o pai (31%). E, na sequência, mas com um percentual já bem menor, o melhor amigo, com 15%; irmãos (10%); filhos (10%); marido / companheiro (8%); avós (7%); outros parentes (6%); e empatado, na 8a posição, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (6%). No final da lista, houve citações a chefe ou colega de trabalho; esposa ou companheira; tios; pastores evangélicos; e namorado (a).
Fica ainda mais evidente, nas frases de concordância, o predomínio da figura materna e paterna quando se trata de definir a pessoa mais admirada:
“Meu pai e minha mãe são as pessoas que mais admiro na vida.”
- Classe AB: concorda totalmente (69%); concorda parcialmente (22%); discorda totalmente 4%; e discorda parcialmente (5%).
- Classe C: concorda totalmente (78%); concorda parcialmente (15%); discorda totalmente 3%; e discorda parcialmente (4%).
Mundo Melhor
Além do universo do “eu” e dos “outros”, a pesquisa da Giacometti procurou identificar que empresas, na visão dos entrevistados, colaboram hoje para um mundo melhor. Em respostas espontâneas, com duas citações, foram pontuadas as seguintes empresas: Natura (25%); Ypê (15%); Petrobras (14%); Itaú (11%); Vale do Rio Doce (10%); Bradesco (8%); Nestlé (8%); Banco do Brasil (5%); Pão de Açúcar (5%); e Sabesp (4%).E o que as empresas que contribuem para um mundo melhor fazem? Pela ordem, foram pontuados os atributos (em resposta espontânea, múltipla): responsabilidade ambiental (69%); responsabilidade social (58%); doações / fundação (32%); ajudam os funcionários (11%); geram empregos (2%); patrocinam esportes (2%); e ajudam os deficientes (1%).
Sobre a questão “o que falta para um mundo melhor?”, as respostas (espontânea, duas citações) elencaram: saúde, emprego, educação (49%); mais tolerância / paciência (30%); melhores políticos (27%); pessoas menos egoístas (26%); menos violência (22%); menos falsidade (22%); mais fé religiosa (20%); mais igualdade (3%); honestidade (3%); e, empatados em 10o lugar nas indicações, com 1% cada, melhor distribuição de renda, ética e cuidar do meio ambiente.
Metodologia do estudo Quem me inspira?*
O estudo teve início com a fase qualitativa, com intuito de levantar hipóteses para serem posteriormente comprovadas na fase quantitativa. Para o levantamento desses dados, foram realizados quatro grupos de discussão, com os seguintes perfis:- Classe AB, idade 18-25 anos
- Classe AB, idade 26-40 anos
- Classe C, idade 18-25 anos
- Classe C, idade 26-40 anos
Nessa fase, a quantitativa, foram entrevistadas 400 pessoas com idades entre 20 e 40 anos com os seguintes perfis:
Classe AB
- 100 homens
- 100 mulheres
Classe C
- 100 homens
- 100 mulheres
(PORTAL BAGARAI)
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